Crescer

De flerte com a insanidade
Fiz disso alguns versos próprios
(Ao caso e não meus)
Abduzido por lembranças de mim
Pensei-me criança a brincar
Pés descalços e remelento...
(Eis minha fase sã e pura)
Hoje, me debatendo em ilusões
Busco o alcançável...fácil demais...
Ás vezes a graça está em se fuder
Levar um soco na cara
É um bom motivo para acordar cedo...
Como, em pirralho, eu sonhava voar!
E, neste devaneio, voava...
Do alto, baixava as calças e mijava em todos
Minha mãe, ao me ver olhando longe
“Esse moleque vai dar trabalho” dizia.
Mas o tempo, filho da puta, passa
Cresci e, no calar constante das obrigações
Tornei-me sério e sereno
Obcecado pelo palpável
Mero tolo “acatador” de normas
Posso me dizer sério...
Armado de cic, rg e carteira do trabalho
Tornei-me adulto.

Sandro Sasner

Um comentário:

****Josi**** disse...

Crescer dói... machuca o corpo, fere o espírito e maltrata sua cabeça. Em criança, meu mundo era mais bonito, minha alegria plena e a felicidade era fácil, palpável como bolo de chocolate. Acho que pra suportar a adulta vida só mesmo com o escape de alguma arte: música, letras, dança, atos... senão, não tem porque, nem pra quê tanto Cic e Rg... Acho que é por isso que mesmo pouco, escrevo... Ótimo texto!