Dom Artístico

O que fazer para fugir
Desta dor a me afligir?
De que forma deveria agir
Pra tal sentimento excluir?

A dor surge da minha lucidez
De ver no mundo toda estranheza
Perceber toda minha inutilidade
Notar que viver é uma futilidade.

O suicídio, então, torna-se doce como mel
Covarde, executo-o apenas no papel
Minhas palavras são como últimos suspiros
Porém, depois renasço para novos delírios.

Eis o grande momento do artista
Fingir que morre por ser realista
Depois em si mesmo ele retorna a vida
Como se não possuísse nenhuma ferida.

Esta é então a minha mágica
Para suportar a vida trágica
Então é com sangue que escrevo
Eu relato as dores que percebo
Talvez isto me faça morrer
Não importa...hei de renascer.

Sandro Sasner

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